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Idosos contra Abuso (III)

Os dados sobre abuso contra idosos no Brasil revelam uma triste realidade operada, em grande parte, por pessoas que têm a confiança dos idosos, frequentemente familiares ou pessoas que compartilham do ambiente domiciliar. É assim também para os casos de abusos financeiros. Mais da metade dos crimes de abuso econômico de idosos é perpetrada por parentes, como filhos, netos e sobrinhos.

Abuso financeiro é um ato intencional em que o explorador, enganando ou oferecendo ajuda desinteressada, subtrai do idoso recursos financeiros ou patrimoniais, com o objetivo de obter para si próprio benefícios indevidos. Para tanto operam mediante fraude, imposição da vontade, roubo ou desvios inicialmente desapercebidos de recursos e patrimônios do idoso.

São poucos, no Brasil e no mundo, os estudos científicos sobre abuso financeiro contra idosos. A Revista Brasileira de Enfermagem publicou, em 2019, um estudo de pesquisadores dos estados de Piauí e São Paulo, em que procuraram artigos científicos publicados entre 2009 e 2016 em todo o mundo sobre esse abuso e sua relação com a saúde. Encontraram apenas quinze artigos, sendo que um terço deles havia sido publicado nos EUA.

Esse aparente desinteresse da comunidade científica contrasta com a importância que o assunto revela nas bases de denúncia e apuração nacionais. Por exemplo, no Brasil, o número elevado de denúncias de exploração dessa natureza a coloca como o terceiro maior tipo de abusos sofridos por essa população.

Para os pesquisadores isso se deve a que muitas perdas financeiras sofridas por idosos não são percebidas por eles ou pelas pessoas próximas como sendo abuso. Compreende-se ainda mal, portanto, o que seja esse abuso. Essa dificuldade em perceber é analisada como fatores de risco, ou seja, situações encontradas como propiciadoras para que a exploração seja executada. Por exemplo: devido à confiança que a vítima deposita num familiar aproveitador, ou também pela dependência que o idoso apresenta, dada à fragilidade adquirida pelo envelhecimento ou por adoecimento, frente a um cuidador.  O dano é real mas de difícil visibilidade.

O estudo emite um alerta adicional de que é muito frequente que a violência financeira-patrimonial venha acompanhada de outros tipos de abuso e que, dessa forma possa agravar e acelerar o grau de dependência do idoso, quadros de depressão, sofrimento mental e a restrição do acesso do idoso a seus direitos, poderes e vontades.

O Centro Internacional sobre Envelhecimento -, uma instituição que reúne pesquisadores e órgãos oficiais de Espanha e de Portugal – sugere que estejamos atentos para os sinais que podem apontar casos de abuso financeiro contra idosos. Basicamente, esteja atento nas conversas com idosos a comentários fortuitos quanto à dificuldade de acesso a bens básicos devido aos preços, à acumulação de contas a serem pagas, sobre alterações significativas no saldo de contas-corrente, mudanças nos testamentos ou o inexplicável desaparecimento de bens. Esses comentários podem provir de difícil situação financeira, mas também podem, por outro lado, indicar uma transferência financeira de mãos, indevida e vil, a um aproveitador.

Nós do COM TUDO 50+ sugerimos que você faça uso dos três endereços a seguir para esclarecimentos, denúncias e mais informações:

ligue180.mdh.gov.br

disque100.mdh.gov.br

ouvidoria.mdh.gov.br

Se você tiver outras indicações de telefone e link para a mesma finalidade, compartilhe conosco.

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Publicado por comtudo50

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