Há cerca de vinte anos os asilos, as casas de repouso, os abrigos e as casas geriátricas passaram a receber a denominação Instituição de Longa Permanência para Idosos ou, apenas, ILPIs. Essas instituições podem ser criadas e mantidas pela iniciativa privada ou pelo poder estatal. Uma parte significativa delas vive de doações levantadas junto à sociedade, empresas, famílias, mais os pagamentos efetuados pelas famílias ou pelos próprios idosos.
Nesses tempos de pandemia todos estamos cientes do quanto o vírus parece ser mais nocivo aos idosos e, dentre eles, aos que apresentam duas ou mais morbidades, as chamadas comorbidades. Portanto é imprescindível proteger essas pessoas da exposição à contaminação pelo vírus.
Percebemos agora que é um ato de amor os pais, as mães e demais responsáveis pelas crianças, impedirem a visita destes aos seus avós, bisavós e demais entes queridos de idade avançada – um ato de amor em benefício dos idosos e também das crianças.
Assim percebe-se que os residentes de uma ILPI devem ser protegidos da contaminação, evitando-se a presença física de familiares e amigos. Da mesma forma, os idosos devem ser protegidos no contato inevitável com os profissionais de saúde ou cuidadores que, por circularem em ambientes externos à ILPI, podem portar o vírus para o ambiente em que se encontram os idosos internados.
As razões são evidentes, pois estando os idosos normalmente isolados na ILPI, seu adoecimento depende de que o agente de contaminação seja levado para dentro do seu ambiente. Há também a preocupação relacionada à logística: em média, um idoso nessa instituição compartilha um dormitório com outros três idosos …
Especialistas se reuniram no início de abril na câmara de deputados federais com representantes de alguns ministérios para elaborarem, juntamente com representantes de ILPIs, um protocolo para que o idoso residente seja prontamente atendido em hospitais, se contrair o Covid19. Segundo eles essa medida ajudaria a prevenir a disseminação do vírus entre os demais internados e profissionais. Alertaram também para a necessidade de proteção, com medidas específicas e uso de roupas e equipamentos especiais, dos profissionais no seu contato com os internos.
Na mesma reunião, afirmou-se que há 1.500 ILPIs cadastradas no Sistema Único de Assistência Social no país e que, juntas oferecem setenta e quatro mil vagas de residência/internação. Sessenta e três mil delas estão ocupadas.
Ficou evidente a importância de que se disseminem informações adequadas em todo o país “para que as ILPIs não virem uma bomba relógio”. Infelizmente não ficou claro a que se referiam ao usar essa expressão, mas aparentemente significa duas coisas: tomar medidas para impedir a entrada do agente de contaminação no ambiente dos asilos e casas de repouso e, se houver contaminação, impedir que ela se estenda aos demais residentes. São sessenta e três mil pessoas em todo o país nessa situação. Ou seja, um verdadeiro tesouro em vidas, em experiência, em conhecimento, em sentimentos, em relações familiares e de amizade. Precisa ser protegido!
Não perca: sábado 25/04 tem mais Sociedade!!